sábado, 14 de julho de 2012

Golias

Vejo à frente montanhas tão altivas!
Desanimo em meu lânguido compasso...
Chora meu coração sem esperança
de ter só para si um novo regaço.

Perde-se o sonho cândido no espaço
levado para o fim do firmamento
e, sozinho, padeço dolorido,
magoado, ferido em sentimento.

Um doer que não passa com o tempo
sorrateiro, silente, em todo o dia...
Que vara noite e noites num pungir,
lacerante pungir, louca agonia

que, desapercebida só me cria
um complexo recôndito no ser
e minha alma estrebucha solitária,
procurando a alegria no viver.

Quem olha o meu sorriso não quer crer
que lá no fundo tenho em mim guardado
o feral desespero de agonia,
o rancor que me deixa lacerado...

E, quando tenho um único anjo alado
me despeço sem ter u'a alternativa.
Que deste abismo escuro sinto tanto,
vendo à frente montanhas tão altivas!


00h43 19/05/2012

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