sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Dona Esperança


Todo o dia eu fito uns olhos
Que me levam à inspiração;
E eu contemplo essa menina
Com tamanha admiração.

Ela tem as mãos suaves...
Os seus lábios são delírios,
Como as garças revoando
E cantando sobre os lírios.

A cintura é de pilão,
O seu rosto angelical;
E eu me esqueço desta pena
Pra viver o surreal.

Pois procuro uma mulher
Doce, meiga, feminina,
Que me seja companheira
Sempre, quando o sol declina,

Quando o sol garboso surge,
Como quem não vai morrer;
Quando o inverno castigante
Entristece todo o ser;

Quando o mar está revolto
E a languidez  me esmorece;
Quando as sombras tomam conta
E a claridade fenece;

E quando as sombras fenecem
Ouço o ledo rouxinol
Anunciando, contente,
A manhã cheia de sol...

Não medito só no triste,
Solidão da minha andança,
Penso, também, na alegria,
Pois em mim mora a esperança.

Quem me vê centrado em mim
Nunca pôde imaginar
Os delírios da minha alma,
Quando se põe a sonhar

Em campos cheios de flores,
N' árvore altiva, deitados,
Os sorrisos mais contentes
De amantes apaixonados,

Os carinhos nas bochechas,
Nos lábios umedecidos,
No pé-da-nuca, sensível,
E os pensamentos vencidos

Pela delícia do gozo...
Desse carinho completo
Onde, deitado ao regaço,
Sinto-me amado e dileto.

Só com a ponta dos dedos
Tocando a face serena,
Vendo os olhinhos fechados
Da mais formosa pequena...

Não custa nada sonhar...
Tenho medo dos pronomes
Sendo em segunda pessoa,
Por isso trovo sem nomes.

26/12/2012 23h16

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Casados


         Nós nos conhecemos através do orkut. Ela também se chamava Mariana. O que tínhamos em comum? A poesia. Logo ela passou o msn, depois o telefone. Conversamos pelo orkut, depois pelo msn, depois telefone... 
Sigilo é tudo para quem tem compromisso extraconjugal. Nós tínhamos.
E, conversa vai e conversa vem, marcamos um encontro. Logo no primeiro encontro nos demos bem, porque os nossos assuntos batiam. Talvez fosse o fato de eu ser eclético ou o fato de gostar de conhecer pessoas assim iguais a mim. Talvez fosse a carência de ambos. Só sei que nos demos bem. Quis um beijo. Ora, ela era casada. Não importava como o casamento dela estava fluindo. O que importava era que ela era casada. O que um homem pode pensar de uma mulher comprometida que trai o marido? Ah, melhor não entrar nesses detalhes. Então, negou-me o beijo tão esperado, tão anelado. Atitude que só fez aumentar mais a curiosidade. Precisava descobrir, porem o “não” fora explícito, mesmo que o jeito denunciasse algum vestígio de desejo. Mas, fazer o quê? A minha percepção ela não conseguiu enganar. Pensei comigo "paciência". E foi o que fiz.
A semana passou voando. 
No segundo encontro rolou uns selinhos. Mas, ela se segurou como toda mulher que presa a honra, que presa o jogo da conquista.
Naquela semana o "eu" dela lhe dizia: sai fora; é roubada; esse cara é um tafulão e está acostumado com isso; você vai se apaixonar por ele e pode sofrer... Mas ela não deu ouvido.
No terceiro encontro os beijos foram mais intensos.  "Ele tem pegada". Foi o que ela pensou a semana toda. Na outra semana lá estava eu na Estação de Metrô do Ipiranga novamente. Boné, agasalho da Adidas. Um verdadeiro moleque, do jeito que ela queria, gostava e que sabia como conquistar uma mulher. Chegou com o Palio que o marido lhe dera. Vestia um short curto roxo, uma blusinha linda roxa, salto alto. Estava toda perfumada. E eu pensei comigo: tudo isso é para mim?
- Aonde você vai me levar hoje? Perguntei. 
Ela não disse. Deu-me um beijo ávido. Nossas línguas se entrelaçaram e sentimos o hálito um do outro.
- Para onde você queria ir desde o primeiro encontro? Ela me respondeu com uma pergunta, sabendo que eu entenderia o recado. 
Sorri por dentro. Todo aquele presente era para mim. 
Ela tocou rumo ao motel. Entramos. Fechamos a porta da alcova. A luz bruxuleante nos dava mais um quê de volúpia. 
Mariana me deitou no tálamo. Tirou minha camiseta e começou a dançar uma dança sensual. Só agora eu reparava o tamanho dos glúteos dela. Só agora eu reparava a maciez da pele alva, mesmo ela sendo mestiça de negro com branco. Só agora eu reparava que ela era bela. Tirou a blusinha e revelou o sutiã sex. A peça era linda com seus detalhes minuciosos.
Frenesi.
Mariana tirou o short suavemente e a peça íntima que se revelou era pequena assaz. Não aguentei. Segurei nas canelas grossas e quis subir minhas mãos para alcançar a pélvica, porem ela não me deixou concluir o meu intento. Então, desceu rebolando, rebolando sensualmente, enquanto tirava minha calça. O Sr. Bardo estava em riste há muito tempo. Parecia o Himalaia de tão firme. Ela tirou minha cueca e o membro saltitante pulou, enervado.
Oh! Desculpe-me, por favor, tamanha a minha ousadia. Não queria falar-lhe de meu membro desta maneira, caro leitor, mas é que o fato obriga.
Ela mexeu no prepúcio, a glande rósea se mostrou vivaz, cálida. E com a boca aveludada dela, Mariana o chuchou gostosamente. 
Eu não sou do tipo de homem que morre por causa disso. Não! Enquanto não satisfaço minha parceira não sossego. Era a nossa primeira vez. Eu não podia marcar bobeira. Tinha que impressioná-la de qualquer jeito. Sabia que ela era experiente, mas não imaginei que fosse tanto.
Mariana acariciou meu príapo como uma manola do cio. Então, joguei-a para o lado. Subi em cima e comecei a beijar-lhe a boca, depois os discos claros dos seios e fui descendo minha boca de lábios carnudos no abdome definido dela. Ela suspirava, sussurrava de prazer. Quando me aproximei da fenda, ela não aguentou.
- Ah, Mênfis! Chupa! Assim paixão. Assim. Por favor! 
Eu não poderia deixar uma senhora naquela situação de maneira alguma. Fiz questão de pôr minha língua serpenteante na vulva dela, no clitóris e, subia até a parte superior, onde ela desfalecia inefavelmente. Então, introduzi o Sr. Bardo nela e ela gemia alto. Como é bom ouvir o prazer da mulher que nos louva no momento do coito! Mulher fria logo perde o marido. Com ela era diferente: o marido que não a aguentava. Dir-se-ia que ele tinha ejaculação precoce. Na realidade não estive lá para comprovar tal fato, como me dissera certa feita. A verdade era que eu estava fazendo o meu papel.
Quando meu membro foi estocado até o talo, ela já não aguentava mais. Estava ensandecida pelo prazer, inebriada pelos movimentos e aromas. Parecia louca, porque aquilo que estava recebendo era o que ela procurava há muito tempo. 
- Me come de quatro. Ela me pediu. 
Cavalheiro do jeito que sou, concedi ao pedido sôfrego dela com compaixão e misericórdia, porque não gosto de ver mulher nenhuma necessitada me pedindo com tanta ênfase e jeito. 
- Isso! Soca gostoso paixão, soca. 
E eu punha com veemência o meu falo na cona dela, sentindo o útero batendo na glande tal era o desempenho do Sr. Bardo daquela noite. 
Depois de mais ou menos uma hora no coito e trocas mil de posições:
- Eu vou gozar paixão! Posso? Perguntei. 
- Tudo bem. Só não goza dentro. Tá?
- Você goza comigo, goza? Pedi.
-Gozo sim. Ela disse sussurrando. 
Então, estocando meu precioso na vulva dela comecei a estimular o clitóris ao mesmo tempo, para que o galarim chegasse mais rápido.
- Ahhhhhhhh! Gememos uníssonos.
Era o ápice. Gozamos.
Quando Mariana sentiu o líquido viscoso escorrendo de dentro para fora da fenda como se fosse mina de leite, disse com a alma lavada:
- Eu disse para você não gozar dentro, pô! Agora eu vou me apaixonar.
Depois daquele dia, ela nunca mais quis saber do marido dela. 
Por que gozei dentro? Porque sabia que o esperma tem uma substância que causa a felicidade na mulher e que ela sempre busca ter a mesma sensação como se fosse um vício.

11/10/2010