terça-feira, 5 de abril de 2016

Branca Fantasma

Está frio.
Os seus braços não envolvem o meu corpo;
Sua alma não esquenta o meu ego;
Sua voz não chega em meus ouvidos...

Adeus K7 com canções românticas!
E, plaft!
Ruído do objeto batido no chão,
Trabalho nervoso
É pô-lo no lixo;
Trabalho penoso
É tirar da memória.

No alto brilha a lua,
As pernas andam sem direção...

Procuro os mesmos eucaliptos,
As mesmas frestas das folhas,
Para me recordar, Branca
Das nossas noites de inverno.
E foram tantas!... Tantas...

Os laços, amassos, abraços,
Odores, calores de inverno...
Quanta coisa me vem à mente.

Mas aqui está frio,
Como que queimando por causa do gelo.
(Aqui) é mais profundo do que o pélago,
Mais complexo do que o estereótipo,
Invisível ao olho nu...
Fri-o!

Frio... chega dói!
Uma dor lancinante,
Já que os seus braços
Não abraçam minhas costas,
Já que a sua alma está gélida
E toda a fantasmagórica cena:

Frio climático,
Abraços cálidos,
Beijos ávidos,
Seres românticos,
Poucas roupas...
Tudo... Mas tudo é ideal.

Cairo Pereira