Você sabe que estou pensando,
que estou lembrando,
revivendo, sonhando...
Bate um vento brando,
mas a brisa é fria
e os seus risos contentes
penetraram em minh' alma.
Sei que você sente,
que se comove aí no colchão,
lembrando do dia do colchão,
sonhando com o dia do colchão,
querendo repetir o dia do colchão
com toda a paixão
que sentimos, coração.
Uníssonos!
Incontida, a lágrima pungente cai,
mas ela não é motivo para mais uma lágrima,
para mais uma mágoa,
obstáculo,
medos e tentáculos,
criados abstratamente
pelos pensamentos - oráculos
que não gostam dos espetáculos
inefáveis do dia do colchão.
Não quero ninguém;
não quero me abrir;
não quero!
Não quero!
Não quero!...
Aqui já existe um passarinho com os pezinhos molhados,
cantando no recôndito
do meu coração indômito.
E eu sei que você sente
e sabe que estou pensando.
16/06/2014 23h04