quinta-feira, 19 de junho de 2014

Sentimentos

Você sabe que estou pensando,
que estou lembrando,
revivendo, sonhando...

Bate um vento brando,
mas a brisa é fria
e os seus risos contentes
penetraram em minh' alma.

Sei que você sente,
que se comove aí no colchão,
lembrando do dia do colchão,
sonhando com o dia do colchão,
querendo repetir o dia do colchão
com toda a paixão
que sentimos, coração.
Uníssonos!

Incontida, a lágrima pungente cai,
mas ela não é motivo para mais uma lágrima,
para mais uma mágoa,
obstáculo,
medos e tentáculos,
criados abstratamente
pelos pensamentos - oráculos
que não gostam dos espetáculos
inefáveis do dia do colchão.

Não quero ninguém;
não quero me abrir;
não quero!
Não quero!
Não quero!...

Aqui já existe um passarinho com os pezinhos molhados,
cantando no recôndito
do meu coração indômito.

E eu sei que você sente
e sabe que estou pensando.

16/06/2014 23h04

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Súplica de Um Apaixonado


Atenta não, musa divina!...
A carne é fraca, desmantela!
E cai no chão, em louca sina,
dizendo tanto que te anela!

Por dentro é forte esta procela
e causa tanta adrenalina;
atenta não, musa divina!...
A carne é fraca, desmantela!

O anelo impávido à bonina
será de gozo, Cinderela!
Mil juras faço a ti, menina
na alcova clara a luz de vela;
atenta não, musa divina!

19/06/2014 3h51

Bandida

Saudade maldita! Maltrata, molesta
e deixa tristonho o poeta contente,
que fica isolado num canto silente,
pensando que não há motivo pra festa;
e toda a lembrança o pensar dele infesta,
deixando o coitado caído, sem par,
sem boa esperança, fanal salutar...
Por que essa danada lhe dá ponta-pé,
sabendo que o pobre caminha de ré?...
Cantando o galope na beira do mar.

16/06/2014

No Beijo...

Há os aromas envolvidos,
os corpos entrelaçados,
corações acelerados,
os desejos aflorados
e aguçados mil sentidos.

17/06/2014 22h29

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Uma Palavra


Só precisou de uma palavra terna,
Uma palavra de acalanto, amor!
Para eu viver esta saudade eterna;
Este desejo tão abrasador...

Eu procurei fugir de todo o horror,
Mesmo tremendo a minha tênue perna.
Só precisou de uma palavra terna,
Uma palavra de acalanto, amor!

Quanto carinho o coração externa
Ao relembrar mesmo sentindo dor?
Tu sentes toda esta paixão que inverna
Meu coração que te ama tanto, flor!...
Só precisou de uma palavra terna...

11/06/2014 13h06

sábado, 7 de junho de 2014

Pitadinha

"Sem um Real..."
Jogo de palavra combinado!
Assim não pensamos
em gastos exacerbados em shopping,
lojas, cervejas artesanais...
Serve-nos uma Itaipava,
coxinha de uma Real mesmo
numa mesa de plástico da Skol colocada na calçada.
Não nos preocuparemos com salto alto fino chique,
nem com tênis, se é velho ou novo,
muito menos com etiqueta.
Podemos pôr os cotovelos na mesa de boa,
fazer caretas engraçadas,
contar piadas antigas...
Não pouparemos gargalhadas.
Sim!
Gargalhadas na calçada,
vozes altas, transeuntes...
Porque não precisamos de muito
para sermos felizes, amor.