quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Egoísta


Entre a farsa da novela
e o átimo único de amor,
prefiro ver a gamela
recheadinha de flor.

Entre o lirismo do vate
e a hostil dissimulação,
há um vil pedido de "vá-te",
engodando o coração.

Entre a síndrome do pânico
e o sorriso fotográfico
há um poder louco, titânico,
boêmio, quase fanático...

E tudo é puro egoísmo,
ceticismo do farsante;
mas na gamela há o lirismo
de um Alguém que é muito amante.

3/07/2013

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Soneto do Criador e Criação


Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;... (Mateus 6:28)

À tardinha o sol bate na janela,
preenchendo esta sala com a luz.
Fico olhando a florzinha na gamela
e a beleza singela que produz.

Ao pensar na natura e como é bela:
cada pássaro e as águas tão azuis,
a beleza que tanto nos revela:
a sutil poesia Deus traduz!

Ver os lírios do campo é mandamento
para nós que ficamos ansiosos,
almejando ter mais sem precisão.

Revelado o mistério e o pensamento
de Jesus para que tenhamos gozos,
para que nos matar com a ambição?

20/12/2013 16h2m

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Psicossomático e Dúbio


Eita madrugada maluca! Você está precisando de 1.300 por mês (só para pagar as contas básicas)! Um pai sem família, mas com filho, precisa sustentar sua cria, porém de alguma forma doenças psicológicas se alojaram em seu encéfalo. Outros diriam psiquê, coração, espírito, obra de macumbaria e coisas místicas, forças desconhecidas ou não reconhecidas pela ciência atual.

Enfim, todo mundo acha que é brincadeira. Acontece que quando os monstros querem dominar os pensamentos, logo se fica com SPA. Parece tudo uma confusão e logorreia de um vate escrevendo composições sem rimas, sem imagens, estrofes ou versos. Acontece que tudo isso, somado, não deixa um infeliz tomar decisões corretas.

Muitos dizem:
- É só fazer e pronto. Resolve seu problema. Porque parado, pensando em porcarias não resolve nada.
Outros:
- Você precisa seguir em frente mesmo sem vontade, porque lá na frente vai ver que é tudo passageiro nesta vida.

Pô (pra não falar outra coisa)! Quem não sabe de toda essa parafernália psicológica e decisões certas a serem tomadas, sobre a vida alheia e própria, no quesito de seguir adiante? Todos sabem, mas na prática do viver tudo é muito diferente, porque a nossa vida não se baseia em receitas prontas.

Você tem dois olhos sãos, duas pernas boas, dois braços bons (mentira, um já foi deslocado e pode sair do lugar com qualquer descuido), uma mente fértil e um problema sério em "tomar atitude". Não sabe descrever se foram as perdas mil que ocorreram na vida que lhe fizeram ser tímido; se foi a falta de prestígio; se foi a falta de reconhecimento profissional... Que raios! O que isso importa? O que interessa aqui é que há um problema invisível, abstrato e que ninguém vê, mas há, mesmo sendo dúbio aos olhos do seu próximo.

Muitos neste exato momento já estão julgando e arrumando soluções variáveis, saídas fáceis, alternativas que você nunca sonhou - e continuam julgando por causa dessas escapatórias que fariam a sua vida decolar no pensamento deles - porque é isso o que o ser humano faz com tudo e com todos em todo o momento. Só que ninguém olha para o umbigo alheio com caridade, piedade, complacência e misericórdia.

Misericórdia não é pena, é favor não merecido. E favor é algo que se dá. O que se dá não é cobrado (mas as pessoas gostam de lembrar que deram algo ou ajudaram em algum dia só para terem um retorno em seus próprios benefícios com chantagem. Fala sério! Isso é hipocrisia de fariseu!), porque quando se cobra já deixou de ser presente e passou a ser empréstimo; caridade não é ajuda, sobra ou nem esmola, é sinônimo de amor. Gente, sinônimo quer dizer: que tem o mesmo significado. Ou seja: caridade e amor são a mesma coisa; e o amor se doa por vontade.

Quem é o mais ignorante entre nós? Melhor a gente não se julgar e começar a praticar a ternura; ou você prefere altruísmo? Fica mais chique. Então, surge a pergunta: quem quer ser paciente? O Apóstolo Paulo diz que "a caridade é paciente e sofredora". Seguindo esse pensamento você pode entender o porquê as pessoas não ligam muito para as outras: ninguém quer sofrer por amor. Ou seja, sendo paciente com a outra, pois o paciente é um sofredor.

Mas você, caro pai desesperado em seu íntimo, pode ter algumas coisas positivas: aprende porque gosta, reaprende... Pode ser complacente (e até demais, talvez seja um dos seus defeitos), sensível e tem vontade. O problema é que para onde a sua vontade e ânimo são direcionados não rola grana; e os filhos não querem saber se o nosso bolso está vazio. Concorda? De que adiantou a sensibilidade (é o mesmo que caridade) no momento de "papai eu quero um X-Box de Natal"; "papai eu quero uma boneca"; porque o amor e zelo diários não são tão notórios quanto aos presentes de aniversário ou outras datas comemorativas.


Então, quem quiser lhe contratar para enfiar bufa no cordão¹ ou ensinar o nada que você já sabe, seria o infactível realizado... Puxa vida! Pensando bem isso já é místico; é fé... Sério mesmo! Vai que alguém neste mundo de Deus com mais de 7 bilhões de seres humanos, um, apenas um, o olhe com ternura e lhe compreenda, sabendo que o seu problema está por dentro e não por fora.

É... Esse negócio de ter esperança sempre, mesmo quando o poço está vazio nos pega pelas pernas. Se fôssemos aleijados nos puxaria pela mão, nariz ou cabelos. Talvez seja um ofício da alma humana agarrar a última centelha para viver, porque não deseja que seus pensamentos se percam no Esquecimento da Eternidade.

Nesta altura do campeonato você já deve estar pensando que o problema está comigo, fanfarrão das madrugadas, que lhe faz refletir sobre as questões da hipocrisia farisaísta de quem faz querendo ser reconhecido; sobre a vida num todo e a dificuldade de sermos compreendidos pelos outros.

N.A: o mesmo que não fazer nada.



18/12/2013 às 5h07 Poá/São Paulo

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Olhar

Teu olhar é sedutor,
tem um fogo abrasador,
de uma estrela tem o lume;
mesmo sendo muito sério,
ele é a fonte do mistério
que o poeta não resume.

11/12/2013 17h10