De vez em quando a poesia encanta,
mas no viver minha verdade é tensa.
Não tem sorriso que esta dor espanta!
Somente o feito do Senhor compensa.
Mas no viver minha verdade é tensa!
Quem ousaria me dizer perfeita?
Somente o feito do Senhor compensa;
e a natureza a minha vida enfeita.
Quem ousaria me dizer perfeita
a senda firme, sem farol sublime?
E a natureza a minha vida enfeita,
deixando tudo se tornar mais vime.
A senda firme, sem farol sublime
nos faz mais rudes no viver a fora,
deixando tudo se tornar mais vime,
na paciência que se ganha agora.
Nos faz mais rudes no viver a fora
as perdas mil e desapegos tantos,
na paciência que se ganha agora,
porque viramos quase monges santos.
As perdas mil e desapegos tantos
fazem com que fiquemos mais dotados,
porque viramos quase monges santos,
entendedores de milhões de estados.
Fazem com que fiquemos mais dotados
os tempos idos, pensamentos grandes,
entendedores de milhões de estados,
como se fossem os mais formosos Andes.
Os tempos idos, pensamentos grandes...
São monumentos do perfil da gente,
como se fossem os mais formosos Andes,
por isso penso em construir somente.
São monumentos do perfil da gente
toda a riqueza que é guardada e boa,
por isso penso em construir somente
o bom pensar e não jogá-lo à toa.
Toda a riqueza que é guardada e boa
é um passarinho que ninguém espanta;
(o bom pensar, e não jogá-lo à toa);
de vez em quando a poesia encanta.
26/09/2013 15h53