quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O Mundo de Gisele

A Gisele se prendeu
Em seu mundo por vontade,
Onde não há primavera,
Nem do sol a claridade;

Não há canto, caridade,
Carinho, companheirismo,
Compromisso cativante,
Quem quisera - consumismo.

O seu mundo é diferente:
Habita uma só pessoa
Numa gaiola fechada,
Mas pererecando à toa.

Liberta-me, por favor!
Esperneia o coração,
Desejando um companheiro,
Um amor, mas com paixão.

Reencontrar o perdido
Florido, cheio de sol,
Com passarinhos cantando
Na manhã com arrebol.

"Se eu pudesse, conseguisse
Viver, e por mim deixasse
De ser sempre, sempre vice
E revesse a minha face...

"Se para o pregresso olhasse
Sem o medo de sofrer;
De meu mundo, com certeza,
Eu veria o amanhecer.

"Mas, porém, eu tenho medo
De sentir algo medonho,
Algo que não quer dizer:
Se parece com um sonho."

E os fantasmas do passado
Visitam constantemente
A mulher que é caridosa,
Que deseja uma semente;

Que se esconde com receio
De sofrer por despedida;
Que se fecha na redoma
Larga, grande e tão comprida;

Que deseja um mundo novo
Com sorriso e passarinho,
Com jardim e lindas flores
Espalhadas no caminho...

Um mundo inteiro na mente,
No coração sentimentos...
São torvelhinhos, faróis...
São os seus lábios sedentos.

Tanto que a alma de Gisele
Na cama, só, se angustia,
Perguntando-se confusa:
A letícia vem num dia?

06/11/2014 

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