segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Tristeza

Melancolia do agreste
Que assola o meu coração,
Tristeza profunda, aguda,
Sem nenhuma compaixão.

Aperta, espreme, deprime,
Magoa soturnamente
Com os véus misteriosos
que destorcem minha mente.

Aflição das profundezas
Mais escuras dos infernos!
Não me dão do vinho tinto
Os abraços puros, ternos...

Parece um rio perene
que jamais seca o ano inteiro:
Estranha, febril. doente,
é um secreto nevoeiro.

Tampando a minha visão
E eu só sinto, sinto e sinto...
Seja lúcido de noite
Ou co'o véu do vinho tinto.

Absinto, aguardente pura
Para acalmar o meu siso.
Diriam: - Insano tolo!
Julgamento tão preciso.

Expliquem, seus desgraçados
Que veem o próprio umbigo
O porquê do não sentir,
A razão do meu castigo!

Por que eu deixei minha lágrima,
O sentimento profundo,
Pungente pender da minha alma
Se não veriam meu mundo?

Debocharam atrozmente,
Como se fosse banal,
Da minha plangência aguda
Com sorriso de chacal.

Como julga a dor alheia?
Eu pergunto com franqueza.
Se cada sentir interno
É secreto, mas certeza?

Não dá!... Mundo exterior!
Mundo tolo, egocentrista,
Que deseja ao seu favor...
Rindo como falso artista.

A vil malícia não morre,
Tem poder de realeza,
Enquanto, sozinho, choro
A desgraça da Tristeza.

10/02/2014 9h06

5 comentários:

  1. A alma poeta canta sua tristeza em versos
    como forma de extingui-la...será que ele consegue
    Cairo Pereira?
    Um belo poema!
    Parabéns!
    Abraços!

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  2. Como julga a dor alheia?
    Eu pergunto com franqueza.
    Se cada sentir interno
    É secreto, mas certeza?

    Não dá!... Mundo exterior!
    Mundo tolo, egocentrista,
    Que deseja ao seu favor...
    Rindo como falso artista.

    A vil malícia não morre,
    Tem poder de realeza,
    Enquanto, sozinho, choro
    A desgraça da Tristeza.
    __Lindooooooooooooooo Poeta Cairo Pereira!!!
    Lindo

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  3. Gostei, tem força, sentimento, é profundo.

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