Aquilo que me faz banhar os olhos,
cachoeira contínua, noturnal...
É a saudade que tenho por espólios
de um amor que se foi por bacanal.
Machucando demais meu coração,
senti-me solitário nesta pena,
sem ninguém, solitário... A escuridão
tomou-me pela mão e fez a cena.
A mensagem passada pelos olhos
a minh' alma sedenta mesmo conta:
ferrugens, frio, ferros e ferrolhos
e um dedo acusador que tanto aponta.
Poderia mostrar minhas virtudes
co' os joelhos no chão, ó minha vida!
Mas as tuas ações são muito rudes
e é a minh' alma que fica comovida.
Eu não sei como tiro esses abrolhos!...
O inefável, formosa é no invisível!
Como sei que tu és tão insensível...
Já sabes o que faz banhar meus olhos...
27/05/2014 00h34
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