quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Amiga

E eu estava lá
quando o tufão batia forte;
quando o deserto aflorava o sol castigante;
quando o inverno trazia ventos gélidos;
a tempestade chacoalhava seu barquinho
e tudo em sua vida era cataclismo.

Meu ombro,
mesmo que deslocado,
apoiava a sua cabeça,
enquanto lágrimas corriam de seus olhos.

Meus ouvidos
capitavam palavras lamuriosas
de ansiedade, medo, dor, tristeza,
desesperança no porvir
e a minha boca dizia:

A primavera vai voltar...
Olhe para mim:
Eu sou um dos que lhe apoia,
que divide o tempo contigo
na esperança de o novo brilhar novamente.

E na acridez da depressão
você não percebeu,
mas agora que a flor amarela
perfuma seu coração;
e a luz da candeia alumia o seu rosto
sorria
sorria
sorria
e sorria.

Porque você nunca esteve
sozinha no barco.

31/07/2012 9h03

2 comentários:

  1. Quero dizer de meu encanto por estas palavras... Da sensação boa que ao ler, de mim apoderou-se. Sensação de que... Ler o que é bom é extraordinariamente fascinante, é ACOLHEDOR.

    Parabéns, poeta e um beijo no coração.

    Nalva Nogueira

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  2. Fantástico!!
    vc se dá bem e MBem com Escritos!!
    Sou sua Fá

    Profe Ana___Anailde

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