quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Egoísta


Entre a farsa da novela
e o átimo único de amor,
prefiro ver a gamela
recheadinha de flor.

Entre o lirismo do vate
e a hostil dissimulação,
há um vil pedido de "vá-te",
engodando o coração.

Entre a síndrome do pânico
e o sorriso fotográfico
há um poder louco, titânico,
boêmio, quase fanático...

E tudo é puro egoísmo,
ceticismo do farsante;
mas na gamela há o lirismo
de um Alguém que é muito amante.

3/07/2013

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Soneto do Criador e Criação


Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;... (Mateus 6:28)

À tardinha o sol bate na janela,
preenchendo esta sala com a luz.
Fico olhando a florzinha na gamela
e a beleza singela que produz.

Ao pensar na natura e como é bela:
cada pássaro e as águas tão azuis,
a beleza que tanto nos revela:
a sutil poesia Deus traduz!

Ver os lírios do campo é mandamento
para nós que ficamos ansiosos,
almejando ter mais sem precisão.

Revelado o mistério e o pensamento
de Jesus para que tenhamos gozos,
para que nos matar com a ambição?

20/12/2013 16h2m

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Psicossomático e Dúbio


Eita madrugada maluca! Você está precisando de 1.300 por mês (só para pagar as contas básicas)! Um pai sem família, mas com filho, precisa sustentar sua cria, porém de alguma forma doenças psicológicas se alojaram em seu encéfalo. Outros diriam psiquê, coração, espírito, obra de macumbaria e coisas místicas, forças desconhecidas ou não reconhecidas pela ciência atual.

Enfim, todo mundo acha que é brincadeira. Acontece que quando os monstros querem dominar os pensamentos, logo se fica com SPA. Parece tudo uma confusão e logorreia de um vate escrevendo composições sem rimas, sem imagens, estrofes ou versos. Acontece que tudo isso, somado, não deixa um infeliz tomar decisões corretas.

Muitos dizem:
- É só fazer e pronto. Resolve seu problema. Porque parado, pensando em porcarias não resolve nada.
Outros:
- Você precisa seguir em frente mesmo sem vontade, porque lá na frente vai ver que é tudo passageiro nesta vida.

Pô (pra não falar outra coisa)! Quem não sabe de toda essa parafernália psicológica e decisões certas a serem tomadas, sobre a vida alheia e própria, no quesito de seguir adiante? Todos sabem, mas na prática do viver tudo é muito diferente, porque a nossa vida não se baseia em receitas prontas.

Você tem dois olhos sãos, duas pernas boas, dois braços bons (mentira, um já foi deslocado e pode sair do lugar com qualquer descuido), uma mente fértil e um problema sério em "tomar atitude". Não sabe descrever se foram as perdas mil que ocorreram na vida que lhe fizeram ser tímido; se foi a falta de prestígio; se foi a falta de reconhecimento profissional... Que raios! O que isso importa? O que interessa aqui é que há um problema invisível, abstrato e que ninguém vê, mas há, mesmo sendo dúbio aos olhos do seu próximo.

Muitos neste exato momento já estão julgando e arrumando soluções variáveis, saídas fáceis, alternativas que você nunca sonhou - e continuam julgando por causa dessas escapatórias que fariam a sua vida decolar no pensamento deles - porque é isso o que o ser humano faz com tudo e com todos em todo o momento. Só que ninguém olha para o umbigo alheio com caridade, piedade, complacência e misericórdia.

Misericórdia não é pena, é favor não merecido. E favor é algo que se dá. O que se dá não é cobrado (mas as pessoas gostam de lembrar que deram algo ou ajudaram em algum dia só para terem um retorno em seus próprios benefícios com chantagem. Fala sério! Isso é hipocrisia de fariseu!), porque quando se cobra já deixou de ser presente e passou a ser empréstimo; caridade não é ajuda, sobra ou nem esmola, é sinônimo de amor. Gente, sinônimo quer dizer: que tem o mesmo significado. Ou seja: caridade e amor são a mesma coisa; e o amor se doa por vontade.

Quem é o mais ignorante entre nós? Melhor a gente não se julgar e começar a praticar a ternura; ou você prefere altruísmo? Fica mais chique. Então, surge a pergunta: quem quer ser paciente? O Apóstolo Paulo diz que "a caridade é paciente e sofredora". Seguindo esse pensamento você pode entender o porquê as pessoas não ligam muito para as outras: ninguém quer sofrer por amor. Ou seja, sendo paciente com a outra, pois o paciente é um sofredor.

Mas você, caro pai desesperado em seu íntimo, pode ter algumas coisas positivas: aprende porque gosta, reaprende... Pode ser complacente (e até demais, talvez seja um dos seus defeitos), sensível e tem vontade. O problema é que para onde a sua vontade e ânimo são direcionados não rola grana; e os filhos não querem saber se o nosso bolso está vazio. Concorda? De que adiantou a sensibilidade (é o mesmo que caridade) no momento de "papai eu quero um X-Box de Natal"; "papai eu quero uma boneca"; porque o amor e zelo diários não são tão notórios quanto aos presentes de aniversário ou outras datas comemorativas.


Então, quem quiser lhe contratar para enfiar bufa no cordão¹ ou ensinar o nada que você já sabe, seria o infactível realizado... Puxa vida! Pensando bem isso já é místico; é fé... Sério mesmo! Vai que alguém neste mundo de Deus com mais de 7 bilhões de seres humanos, um, apenas um, o olhe com ternura e lhe compreenda, sabendo que o seu problema está por dentro e não por fora.

É... Esse negócio de ter esperança sempre, mesmo quando o poço está vazio nos pega pelas pernas. Se fôssemos aleijados nos puxaria pela mão, nariz ou cabelos. Talvez seja um ofício da alma humana agarrar a última centelha para viver, porque não deseja que seus pensamentos se percam no Esquecimento da Eternidade.

Nesta altura do campeonato você já deve estar pensando que o problema está comigo, fanfarrão das madrugadas, que lhe faz refletir sobre as questões da hipocrisia farisaísta de quem faz querendo ser reconhecido; sobre a vida num todo e a dificuldade de sermos compreendidos pelos outros.

N.A: o mesmo que não fazer nada.



18/12/2013 às 5h07 Poá/São Paulo

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Olhar

Teu olhar é sedutor,
tem um fogo abrasador,
de uma estrela tem o lume;
mesmo sendo muito sério,
ele é a fonte do mistério
que o poeta não resume.

11/12/2013 17h10


sábado, 30 de novembro de 2013

Uma Poesia...

Quero uma poesia...
Não uma poesia pra mim.
Não.
Isso seria egoísmo!
Desejo uma poesia católica,
arrancada da alma livre;
Poesia solta,
Sem diagnósticos,
Ajustes,
Lavagem literária
Ou estudada por mentes brilhantes,
Doutas e fascinantes,
Críticas, frívolas e céticas.
Quero que as palavras escorram
Como goteiras no telhado,
(Simples)
Cachoeira
Ou pingo solitário
Do orvalho da manhã.
Um poesia lúcida
Tal qual tordilho em disparada.
Uma poesia que brote beleza,
Como flores na primavera;
Que seja como abutre
Levado pela corrente de ar.
Uma poesia...


21/11/2013 21h40:14

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Complexidade Humana



Eu acho muito engraçado o pensamento controverso humano, porque ele vive julgando a tudo e a todos, diz não ser preconceituoso, mas é, mesmo que em seu recôndito. Daí a ideia de mentiroso fica sendo forte demais para o assunto, porque ele não gosta de admitir que está errado e tem em si qualidades ruins.

Quando há um rompimento no relacionamento o homem fica mais perdido do que a mulher, sofre e não quer admitir, porque a sociedade condena a macheza do sofredor, por ele não estar sendo tão macho como deveria. Ele fica afoito, quer colo, mas não sabe demonstrar. Quando demonstra é chamado de fraco e quando não demonstra faz besteira como: beber, ir à farra sem vontade, se relacionar com pessoas que não sente absolutamente nada, porque ter uma companheira se torna necessidade física. Então, tenta com uma e com outra, pois precisa de carinho. Aí a mulher o julga como se ele estivesse atirando para todos os lados, sendo que não é de todo uma verdade, porque o que quer mesmo é preencher o vazio que ficou. Pensando que não há motivo para temer o "não" busca o sim, demonstrando ser o caçador.

Quando há um rompimento a mulher sente o baque e é todo sentimento. Ela não pode ficar com um e com outro, porque a sociedade é machista. A ideia de sair com um e com outro até encontrar o parceiro certo é absurda, porque ela mesma se julga, julgando o pensamento alheio e o resultado do julgamento não é bom. Ela tenta focar sua mente em qualquer coisa como: estudo, trabalho e, caso tenha filho, passa mais tempo com ele; mas isso não é tudo, porque ela sente as mesmas necessidades que o homem. Então, quando sai com um e com outro e, não encontrando o parceiro certo, não admite ser julgada com adjetivos pejorativos e impõe a questão: "estou solteira e posso fazer o que quiser". Isso só é um modo de aliviar a culpa que a sociedade embutiu em sua mente. O homem a acha volúvel assim como ela acha o homem instável.

Homem e mulher se tornam gladiadores exigindo segurança, fidelidade, amor e carinho. Cada um age conforme manda o seu coração, mas não entende que o coração alheio sente os mesmos desejos e necessidades. Por que o julgamento, ou preconceito, se ambos estão sozinhos, desejando encontrar um parceiro que cubra a lacuna, que traga um novo brilho e força para a alma ansiosa?

Acreditar que todas as pessoas são volúveis é fraqueza de espírito. Os sentidos do espírito são: fé e consciência. Perder a razão por causa da ilusão causada pela fé negativa é fraqueza da alma. Os sentidos da alma são: sentimento, vontade e intelecto. Então, podemos dizer que a fé, consciência, sentimento, vontade e intelecto estão comprometidos. Ou seja, a pessoa está enferma. É uma doença que não aparece fisicamente, mas sim nas atitudes. A vontade de encontrar a pessoa certa é muito pouca já que a fé está debilitada por causa do intelecto que foi esmiuçado por sentimentos negativos; tudo isso dentro da trindade humana.

Procurar admitir o erro e fraqueza possibilita ver o outro horizonte: a esperança de um futuro melhor. A esperança gera a fé (e aqui não estou falando de Deus, Jesus, Alá, Buda e religiões. Estou falando do ser humano dentro de si mesmo) e a fé motiva, o que gera a vontade, consequentemente a atitude (que pode ser considerada o "tiro para todos os lados" de ambos: homem e mulher), que gera o sentimento; que fortalece o intelecto. Daí a aprendizagem aparece como lição de vida. Por que não colocar na roda a consciência que fez a coisa certa, fazendo com que a fé funcionasse, retornando assim para o ciclo inicial: fé?

Não acreditamos que exista o pecado para aliviar a nossa própria culpa e não admitir o nosso próprio erro, dando a falsa sensação de leveza de espírito, mas sofremos por causa dele e culpamos o outro. Culpamos o outro, porque o outro também errou conosco e que por causa do erro dele nós erramos; só que o outro pensa da mesma forma. É tão controverso o coração humano.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Riscos


E eu gosto de correr riscos. E daí? A vida é um risco mesmo. Por que não correr? Acordo com o risco de morrer durante o dia e durmo com o risco de não poder me levantar mais. Se estou dentro de casa corro risco de que ela venha desabar. Ora, a nossa casa deveria ser o lugar mais seguro, mas muitas vezes é em nossa própria casa que nos ferimos por dentro e carregamos sequelas para o resto da vida. Diga para mim, minha querida amiga de infância quem nunca me esqueço: estou errado? E quem vai reparar esses danos?

Corro o risco de ficar sozinho e de ter má companhia; ter um amor e uma paixão e morrer por eles; ou posso viver e renascer por causa disso. Ah! Sim! Estou correndo o risco de receber o seu sorriso, assim como o de você excluir este post ou, talvez, simplesmente ler, não ler, não gostar ou, gostar, compartilhar e distribuir pelo mundo a fora, colocando o nome de fulano de tal e não o meu.

Posso correr o risco de me aleijar tentando ficar mais bonito numa academia, assim como o risco de morrer numa cirurgia para tirar gordura localizada; posso fenecer de infarte fazendo cooper ou andando na rua (e tudo é tão saudável).

Então, eu me embrenho no perigo, sinto os sentidos aguçados... Ah! Como eu me lembro, Angelina! Porque você mais parecia um demônio me colocando num risco danado para vivermos a paixão avassaladora e perigosa em plena hora do almoço. E o que isso tem a ver? Corri o risco, ué! Não posso contar? Morri em parte... E quem vai recuperar os outros pedaços de mim que estão agonizando?

Oh! Deixem-me contar! Por que não posso? Afinal, o fim de semana passou voando e o melhor dia, porque dizem que é o mais chato, para contar histórias é hoje, segunda-feira: dia pós-tormenta, onde os resquícios dos meus pedaços clamam pelos que se foram, por gostarem de correr riscos.



28/10/2013 15h28

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Momento Diminuto

Se beijares os meus lábios
que são carnudos e quentes,
ficarás apaixonada,
dando sorrisos contentes.

Pensando nas madrugadas
em como é bom o meu beijo,
que desperta dos teus sonhos
o mais louvável desejo.

Desejo que tu quimeras
e que esperas mesmo em lágrima;
um sonho de amor perene,
tua preciosa dracma.

Um beijo terno e gostoso,
fluídos sendo trocados,
essência do Deus de amor
ao seres apaixonados...

E quem não quer um bom beijo?
Digas a mim, fina Deia!
Pois sinto tanto desejo,
suave como azaleia.

Por que tu negas o beijo
que encenas em teu pensar?
Será que o amor inefável
nós não podemos sonhar?

Tu lembras da nossa história,
encaixe em todo o momento,
muxoxo mais que perfeito
que exala o bom sentimento...

Tu lembras dos meus abraços,
ternura meiga e constante
e dos meus lábios de fogo?
Digas a mim, linda amante!

Eu sei que lembras, querida,
que sofres sempre sozinha;
que sentes tanta saudade,
saudade minha, só minha.

Sei que muito vacilamos
e que nós não fomos sábios,
mas o ruim passará
se tu beijares meus lábios.

21/10/2013 18h43

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Marido Bravo

           Quando Osmar chegou a Estação de Ferraz de Vasconcelos estava um verdadeiro caos. Era sábado e ele entendeu o porquê de imediato, pois no dia anterior recebeu a notícia da CPTM que iriam mexer em alguma coisa nas Estações de Poá e Calmon Viana. Não era novidade esse detalhe, porque os trens nunca funcionavam normalmente nos dias de semana. Quem diria aos fins de semana. Esse tipo de transtorno levava os usuários ao limite do estresse, pois muitos discutiam uns com os outros ou brigavam por motivos bobos; ficavam inquietos, ansiosos e com pressa, e por esse motiva havia um grande empurra-empurra. Às vezes saiam socos e pontapés para tudo quanto era lado.
  Ele procurava seus amigos da igreja Assembleia de Deus da Via Margarida, pois haviam marcado um encontro ali, para se reunirem e irem para um retiro espiritual, numa chácara no interior de São Paulo, pois o líder dos jovens disse ser muito bacana, e todos concordaram. Quando os encontrou os viu sentados no chão de madeira comendo churrasco, porque era uma Estação provisória já que a CPTM, o governo ou fosse quem fosse, estava construindo outra nova há meses. Percebeu de imediato: não haviam tomado café e estavam morrendo de fome, pois o dia ainda não tinha amanhecido. Os vendedores de espetinhos estavam lucrando. Não entendeu a razão de ter churrasco logo de manhã, mas talvez fosse alguma festa. Um conhecido seu, Renato, estava tomando vinho, daqueles vinhos do sul; e Osmar não se deu ao luxo de perguntar onde Renato havia conseguido a bebida, só disse.
– Logo de manhã?
Todo mundo estava animado e a algazarra era grande. Havia chovido, e mesmo o chão estando úmido não os impediu de se assentarem no nele para festejar o encontro. Os trens estavam demorando passar. De repente Plínio viu uma moça passar com um vestido florido minúsculo e comentou com o pessoal.
– Logo de manhã e a periguete acha que está bonita com aquele vestido minúsculo e os culotes aparecendo.
Fizeram alguns comentários pejorativos por causa disso. Outros preferiram fazer graça, cada qual com o seu julgamento pessoal. E no meio do bulício, Osmar ouviu alguém dizer num to alto.
– Sua gorda.
Não demorou muito tempo um rapaz baixinho, que se apresentou como Antônio, ele parecia ser nordestino por causa do sotaque, perguntou todo metido a valente, gesticulando e apontando o queixo, como se quisesse que alguém lhe desse um sopapo.
– Quem mexeu com a minha mulher?
Fábio, um dos jovens tentou conversar com Antônio, dizendo que não foram eles os zombadores. Ele inferiorizou o rapagão de dezessete. Então, João, o líder dos jovens, foi conversar com o rapaz enfurecido, pois o havia escutado dizer que Fábio era um moleque.
– Está vendo a minha mulher? – Antônio disse para João. – O que tem se ela é gorda ou não? Vocês que são da igreja deveriam se envergonhar por ficar mexendo com a mulher dos outros.
Osmar não entendeu direito; porque a mulher que o garoto havia dito que o vestido estava curto demais era outra e a mulher de Antônio era uma negra bonita de calicalom e que não demonstraria estar à cima do peso se não fosse jaqueta. Ele achou estranho que o homem tivesse vindo reclamar.
– Mas ninguém mexeu com a sua mulher. Osmar disse ainda sentado.
– Você tem quantos anos? Antônio perguntou, porque viu que todos naquela roda de jovens ainda não era homem formado.
Osmar estava separado algum tempo, não estava bem emocionalmente e por isso quis ir ao retiro espiritual com os jovens. Julgava ser propício estar com pessoas com bom astral, devido a situação em que se encontrava. Então, levantou-se oferecendo a mão para Antônio. Não estava nervoso e tinha uma paciência de Jó, coisa que a separação fizera com ele.
– O meu amigo tudo bom? Ninguém mexeu com a sua mulher.
– Quantos anos você tem? Antônio quis saber sem ao menos deixá-lo concluir e disse em seguida. – Eu tenho 35 e não sou moleque.
– Eu tenho 33.
Antônio era mais baixo que Osmar. Quando olhou em seus olhos sérios, mas complacentes, demonstrou mais respeito, pediu desculpas e já ia se retirando. Os jovens estavam satisfeitos com o desfecho inesperado. “O sujeito de 33 anos que nem anda com a gente é o cara”, pensaram por causa dos olhares respeitosos que davam. Quando Renato chegou com o vinho barato e um pedaço de carne assada na mão, perguntou o que havia acontecido. Os jovens foram falando aos atropelos, porque o Antônio já estava saindo da Estação, por um lugar que os construtores não previram que alguém passaria.
– O que tá pegando? Perguntou.
Antônio reconheceu a voz de imediato. Voltou todo marrento, empurrando o peito de Renato e dizendo “foi você, né seu vacilão?”, enquanto Renato pedia calma e para que ele não encostasse a mão nele. Do lado de fora, a mulher de Antônio implorava para que o marido deixasse aquele assunto para lá.
– Esse vacilão mexe com a mulher dos outros e acha que está certo? Tentou explicar a sua ação violenta.
Renato não fazia parte do grupo. Estava ali, porque iria para a casa de um amigo, onde haveria mais churrasco e mais bebida. Não que ele fosse flor que cheirasse, mas com um pouco de vinho na mente, com um revolver calibre 32 na cintura e um sujeito empurrando seu peito e o fazendo ser menor do que uma formiga. Ah, isso ele não poderia tolerar de jeito nenhum. Sacou o revolver e deu uns três tecos no peito de Antônio, que morreu no local.

10/11/2013 6h51

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Incógnitas de Um Dia


Eu estava com uma coroa quatro ponto zero, virgem. Claro que esse pormenor tem que estar explícito aqui, já que é uma novidade nos dias atuais. Tínhamos ido à minha advogada, tentar resolver uma causa ganha, mas que eu não havia recebido nada. Não entendo muito bem como isso acontece no Brasil. Aliás, no Brasil acontece tudo para foder o pobre: a gente não recebe e se estressa, luta e não ganha, trabalha para pagar impostos... Porra! Parece que a vida é pagar, tudo anda e não vai para frente.
E, lá estavam minha amiga e eu. Como nos tornamos amigos? É um caso muito louco de carência. Perdas de ambos, sms malucos em plena madrugada, risinhos às escondidas assim como os pensamentos que sabem iludir seres intensos. Puxa vida! As pessoas do século XXI estão cada vez mais afastadas umas das outras. Parece uma química contrária que manipula os corpos humanos somente para o sexo e não para o relacionamento. E nós tínhamos nos conhecido em um momento crítico de nossas vidas. Ela não queria pensar no ex-marido. Sabe aqueles homens beberrões que são mais machos do que realmente são? Segundo ela, ele era assim, pois nem o pão para dentro de casa trazia. Eu era o rapagão da vez que usou as palavras certas no momento certo, enquanto trabalhávamos.
Na Estação da República, a paraibana queria passar a catraca com um passe do trem da CPTM. Vê se pode? Onde vai parar a falta de informação? Ou seria um desleixo do cérebro estressado que procura esquecer informações para aliviar a carga? Não sei. O que sei é que entrei na Estação e só depois de estar do lado de dentro é que percebi o erro de minha amiga. Encostei-me a um alicerce enorme, e lá fiquei. Comecei a fuçar no celular como de costume. Havia duas mensagens. A primeira dizia:

“João... Beija a minha mão.
José... Beija o meu pé.
Juvenal... Juvenal... Por que foges?”

Eu ri com essa piada. Mas a segunda mensagem era de um amigo fotógrafo que procurava assunto. Talvez estivesse entediado de tanto ver e arrumar fotografias. Afinal, todo o trabalho nos trás enfado, assim disse o sábio rei Salomão.
De repente vi um vulto preto passar por mim. Pensei que fosse um espírito maligno. Dei mais uma olhada, mas era um negro turuna. Porra! Não vai pensar que sou racista. Tente se imaginar numa Estação da maior metrópole da América Latina, conversando com seu celular e, de repente, aparece alguém desconhecido. E num é que o peste cismou de ficar justamente ao meu lado? Fiz de conta que não estava nem aí e continuei fingindo estar olhando o celular, enquanto via de soslaio suas pretensões.
Guardei o celular, porque pensei que fosse algum bandidinho pé-de-chinelo. No centro de São Paulo é que não falta. Enquanto eu fingia que procurava alguém o negro me olhava debaixo para cima. E eu pensei comigo: que porra é essa? Será que estou cagado ou com uma caca do rosto? Talvez a minha barba esteja incomodando... Vai lá se saber o que se passa na cabeça das pessoas. O que não falta é maluco aqui no centro.
– Olá. Tudo bem? Ele me cumprimentou. – Beleza? Perguntou.
Eu, gentilmente, mas com a cara fechada, meneei a cabeça afirmativamente e disse que sim. Sim é o caralho! (Isso é o que eu estava realmente com vontade de dizer). Acha que eu vou ficar contando a minha vida para qualquer porra louca que sai me perguntando como estou? Não conto nem para meus amigos, pô!... Tá bom... vou dizer: não, não estou bem, cara. Estou desempregado, sem sonho e rumo. Não estou me sentindo feliz há muito tempo. Preciso de um amor, uma companheira verdadeira, fiel e inteligente, que me dê carinho e atenção; pois não gosto de ficar e me sentir sozinho. Tá, tá bom... Ali estava meu psicólogo turuna pronto para me ouvir, e de graça.
Certamente o cidadão bem educado e cheio de boas intenções diria:
– Não fica assim – já colocando a mão sobre meu ombro e enfiando um estilete em minha barriga – estou aqui só para lhe pedir emprestado um dinheiro. É só você não gritar que será fácil pra mim e pra você.
Mas como não estiquei conversa, ele disse o nome dele, coisa que já fiz a questão de deletar da minha memória ram, perguntou o meu e eu disse, educadamente, mas com tom de "não quero papo com você" para ver se ele conseguiria compreender que eu não queria papo com ninguém naquele momento.
– Você curte o quê? Finalmente revelou sua intenção.
Puta que o pariu! Aquilo foi à gota! Como pode um puta negão turuna vir com viadagem pra cima de mim no meio da Estação da República? Fala sério! Claro que naquele momento não pensei: você tem que ser veado mesmo, porque com esse xaveco fuleiro não pegaria mulher nenhuma, mesmo se estivesse soltando dinheiro pelas ventas. Pena que não falei isso. Quase que eu disse: curto rap. Você gosta de rap? Tudo bem que sou branco, mas você é um negão... Pode ser que...
– Sou hetero. Limitei-me a dizer com o mesmo tom de voz sério, enquanto já olhava para o outro lado.
Ele ficou me olhando como quem quisesse dizer num choramingo: – Pow, cara... Eu queria tanto que você me arrebentasse com essa pica que tem, porque sinto que manda muito bem. Por outro lado eu fiquei pensando: será que virou moda gay usar barba hoje em dia para disbaratinar a veadagem? É melhor eu fazer a minha. Colocar em minha testa: SOU HETERO. Mais embaixo escrever com umas letras um pouco menores: e não vou mudar a minha opinião sexual nem fodendo! Porque os gays tem o costume de dizer: é porque você nunca pegou um homem, quando você pegar nunca mais vai largar. Ou se você for uma mulher sendo cantada por outra, dirão a mesma coisa. É um papo manjado e sem falta de criatividade. Aliás, a criatividade passou longe do século XXI. Bastam alguns goles de álcool, baseado, farinha, o ópio que for e o mundo fica tudo maravilhoso e fácil. A criatividade surge do mundo do além. E alguns diriam que é a Pomba Gira, outros mais fantasiosos diriam: É Afrodite, Vênus, Cupido, Dionísio e a porra toda.
Ele saiu meio escabreado. E eu pensei comigo: vira homem seu filho da puta do caralho! Um puta negão desse querendo dar a ruela. Fala sério! E graças a Deus minha amiga, quatro ponto zero, chegou. Estava com um sorriso enorme na face. Mesmo assim não conseguiu me tirar daquela informação infeliz que eu acabara de receber.
– Eu estou pegando mais homem do que mulher, sabia? Disse para ela.
A paraibana não acreditava em nada do eu que dizia. Talvez esteja escrito em minha cara: filho do diabo; “porque ele nunca se firmou na verdade”, segundo o texto sagrado de São João. Eu a entendo, pois sofrera muito em seu casamento. Então, contei o ocorrido. Ela começou a debochar de mim e eu comecei a falar alto na Estação.
– Olha só. Hoje eu levei cantada de um homem. Um puta negão. Será que tenho cara de homossexual? Será que é a minha barba?
A mocinha linda de pele branca e cabelo preto olhou para mim como quem diz "é só mais um doido querendo chamar a atenção", num tom indigesto. De fato não era mentira. Se ela me desse um sorriso já era alguma coisa. Iria tirar aquela cara feia e rústica do turuna da minha mente. E num é que ela sorriu? Minha companhia demonstrou ciúme. Meu ego foi lá em cima. Será que tenho algo de especial que atrai as pessoas? Perguntei-me. Não sei. O que sei é que tenho cara de gay; e daqueles bem gostosos mesmo que os homens querem dentro do zero para a satisfação dos deuses místicos.
A minha alegria é que a minha amiga, quatro ponto zero, tem o fogo da caatinga do Nordeste inteiro ou sei lá em que raios ela achou tanta libido. Dali, partimos para o motel onde já levei várias mulheres. Vish! Tenho fama de tafulão. E você, caro leitor que não está habituado a esse tipo de léxico, deve estar se perguntando: que merda é essa de tafulão? Claro que esse adjetivo não foi dado a mim por brincadeira. Talvez eu tenha sido mesmo um conquistador de mulheres... talvez esteja quase mudando o rumo das conquistas...
Quando minha amiga divorciada quatro ponto zero e eu entramos no Messalina, ríamos com Jessier Quirino. O turuna já tinha se tornado passado. O Bolo Mal e os Três Corpinhos recitado pelo comediante havia nos feito esquecer de todo aquele fuzuê que eu tinha causado no metrô.
Na alcova, ela foi urinar, porque queria esvaziar a bexiga depois do suco de laranja e as duas Serra Malte que havíamos tomado no almoço. Quando saiu do toalete eu me senti um sultão. Minha verga já estava rígida. Talvez fosse o clima, as luzes da alcova ou a carência. Vai lá se saber o que se passa na mente do homem quando quer entrar até o talo numa vulva aconchegante. Agarrei-a pela cintura de pilão; e você pode estar se perguntando: uma 4 ponto 0 com cintura de pilão? Sim, senhor! Cintura de pilão e nenhuma estria mesmo depois de ter tido três filhos. Coisa que fico admirado só de me lembrar disso, porque ela é um tesão.
Ela me viu sem a camisa polo que havia eu ganhado de outra amante e o caminho do céu que tenho – modéstia a parte – encantador. Ela mordeu os lábios para mostrar que estava gostando da visão e que queria se lambuzar de alguma forma do meu falo viril. Quando a cueca branca foi revelada, ela me puxou para si, baixou parte da peça íntima e o nervo saltou enervado para fora. A glande estava rósea e ela a chuchou como se fosse a coisa mais gostosa do mundo.
Beijamo-nos com sofreguidão e no meio do de toda aquela maluquice de duas pessoas vividas que se desejava, ela me disse:
– Você quer comer meu cuzinho, quer?
Aquela pergunta veio a calhar num momento apaixonado. Entrei no cuzinho dela com gosto. Nunca tinha visto uma mulher da idade dela ter um orgasmo tão gostoso, porque ficamos empapados com o néctar que saiu de sua vulva. Ah! Mas, deixa para lá essas intimidades! Para que continuar? O final é puf-puf mesmo; e todo o mundo sabe como é. O importante foram os momentos felizes que tivemos naquela alcova.
– Sabia que eu nunca tinha dado o cu? Ela me perguntou com um risinho safado de quem estava satisfeita com o meu desempenho.
– Não. Respondi incrédulo, pensando em como ele estava apertado e feliz por ter desvirginado uma coroa gostosa.

Agora, pensando bem nesse dia maluco, onde a advogada não resolveu nenhum problema, que eu comi picanha mesmo desempregado, meu cansaço físico, os minúsculos sms de uma paixão avassaladora e o veado turuna da República, penso: será que tive um dia ruim ou estou reclamando de barriga cheia?

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

PANTUM

De vez em quando a poesia encanta,
mas no viver minha verdade é tensa.
Não tem sorriso que esta dor espanta!
Somente o feito do Senhor compensa.

Mas no viver minha verdade é tensa!
Quem ousaria me dizer perfeita?
Somente o feito do Senhor compensa;
e a natureza a minha vida enfeita.

Quem ousaria me dizer perfeita
a senda firme, sem farol sublime?
E a natureza a minha vida enfeita,
deixando tudo se tornar mais vime.

A senda firme, sem farol sublime
nos faz mais rudes no viver a fora,
deixando tudo se tornar mais vime,
na paciência que se ganha agora.

Nos faz mais rudes no viver a fora
as perdas mil e desapegos tantos,
na paciência que se ganha agora,
porque viramos quase monges santos.

As perdas mil e desapegos tantos
fazem com que fiquemos mais dotados,
porque viramos quase monges santos,
entendedores de milhões de estados.

Fazem com que fiquemos mais dotados
os tempos idos, pensamentos grandes,
entendedores de milhões de estados,
como se fossem os mais formosos Andes.

Os tempos idos, pensamentos grandes...
São monumentos do perfil da gente,
como se fossem os mais formosos Andes,
por isso penso em construir somente.

São monumentos do perfil da gente
toda a riqueza que é guardada e boa,
por isso penso em construir somente
o bom pensar e não jogá-lo à toa.

Toda a riqueza que é guardada e boa
é um passarinho que ninguém espanta;
(o bom pensar, e não jogá-lo à toa);
de vez em quando a poesia encanta.

26/09/2013 15h53

terça-feira, 24 de setembro de 2013

O Remédio

Preciso, então, da inspiração divina;
inspiração que sempre encanta a todos,
mesmo que seja a mais pungente sina,
o vil desterro, o mais feral dos lodos.

Quem sabe seja uma mulher bonita;
quem sabe seja a poetisa santa;
quem sabe seja uma deidade aflita,
dizendo a mim que a poesia encanta...

O que me importa, na madruga fria,
onde a geada me congela o peito,
é a inspiração que canta, chora e pia,
que busca o verso, o poetar perfeito!

Gemendo o vate, a degustar procura,
a inspiração que lhe encarcera a mente,
mesmo que seja a mais feroz tortura
clamando à diva que se foi contente.

Então, me sinto como um bardo insano,
tolo fantasma sem farol, sem chão,
sem poesia, sem fazer bom plano
quando se esconde a minha inspiração.

25/09/2013 00h59

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Meu Juramento

Eu lhe dou os meus desejos,
minha insônia, distração,
pensamentos, coração,
piração, os meus ensejos,
a paixão, fogosos beijos,
carinhos com caridade;
dou-lhe mais do que a metade
da minha alma sonhadora,
minha diva inspiradora;
juro mesmo que é verdade!

Dou-lhe a minha companhia,
meus olhares, meus abraços,
ternos, fortes feitos laços
e lhe dou minha alegria,
meus sorrisos todo o dia;
serei sua divindade,
dando-lhe mais liberdade
pra voar num mar de sonho.
Pra você é que eu componho;
juro mesmo que é verdade!

Dou-lhe a minha inspiração,
toda a minha sapiência;
o meu tempo em convivência,
todo o ar do meu pulmão;
faço igual fez o Sansão
na paixão sem equidade.
Espero que não se enfade
com todos os meus presentes,
sentimentos transparentes;
juro mesmo que é verdade!

Mas qual diva neste mundo
vive sem ter segurança?
Então, dou-lhe uma aliança,
sentimento tão profundo,
consistência num segundo,
mas pra toda a eternidade;
transparência, claridade
e lhe dou tudo de mim,
pois a quero até o meu fim;
juro mesmo que é verdade!

Porque o seu riso contente,
seu olhar todo brilhante
quero ver, ó doce amante!...
Vem pra mim, deixe que eu tente...
O que custa? Experimente
com toda a comodidade
receber minha metade
com muita satisfação.
É só seu meu coração;
juro mesmo que é verdade!

14/09/2013 3h49

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Sensato

Eu canto os momentos de dias felizes,
de dias tristonhos, sem força ou labor;
de dias funestos, sombrios, soturnos,
sem glórias, vitórias, histórias nos turnos
que contam contentes, conflitos do amor.

As mil cicatrizes, deslizes constantes
que muitos amantes se perdem sem fé;
mas canto a esperança da vida vivida
sem ter diamantes, amor da querida,
menina felina que punha de pé.

Eu sei que esta vida tem altos e baixos:
amores perdidos, e o medo acompanha.
Perdemos a fala, a viola não canta,
a janta é sem graça, sem doce de Fanta
e o canto sucumbe no pé da montanha.

Nos altos das serras se tem alegria;
os risos são ledos, feliz o cantar.
Mas toda a harmonia algum dia se finda.
Eu penso: quem canta é a coisinha mais linda,
equânime sábio tal qual sabiá.

Mas, todos os dias são dias de canto
e o equânime canta em qualquer turbilhão.
Sem Fanta, sem janta, sem graça, na praça,
sem tudo, veludo, sem nada ou desgraça
e abraça co' as pernas a bela canção!


06/09/2013 17h30

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Trovas de Um Apaixonado

Grudarei em teu pescoço,
num beijo ávido de amor,
e chuparei até o osso
pra mostrar-te o meu calor!

Eu quero te possuir,
sentir da boca o seu mel,
em teus braços sucumbir
e me sentir lá no céu.

Em êxtase apaixonado
a minha alma tanto quer
o teu corpo entrelaçado
junto ao meu, linda mulher.

Os nossos corpos suados
pelo fulgor da paixão...
Seremos anjos alados,
não vivendo de ilusão.

Com uns risinhos safados,
olhares encantadores,
com beijos apaixonados
esqueceremos as dores.

E nesse enlace bonito,
apertado feito um nó,
entre gemidos e grito
nós dois seremos um só.

Musa

A inspiração vem como a brisa à noite;
e de mansinho vira luz de encanto.
Já não me importo com a senda e açoite,
porque ela faz ficar atrás o espanto.

Mesmo só tendo a inspiração pernoite
me sinto vate, um sonetista santo;
mesmo não tendo uma paixão que acoite,
sonho contigo e nós sorrindo tanto.

Porém se o acaso te trazer aqui
juntinho a mim, numa paixão febril,
vou me deixar apaixonar por ti.

A madrugada com escuro anil
em mim reluz o amor, porque senti
na inspiração que tive em teu perfil.

12/08/2013 4h20

sábado, 10 de agosto de 2013

Desejo-te

Desejo-te como mulher,
morena bela e encantadora,
ser teu amante, se assim quiser,
nessa nossa vida vindoura.

Venha ser a minha amadora,
minha alma pede e diz que quer.
Desejo-te como mulher,
morena bela e encantadora.

Ó formosa rainha Ester
que tem a carne tentadora!...
Já não tem um dia sequer
em que não sonho, sedutora!
Desejo-te como mulher...

11/08/2013 3h13

Sol

Tu moras onde, Sol?
Estás tão longe.
Brilha tanto, tanto, tanto...
Mas sempre de longe.
E eu fico assistindo
aos filmes repetidos,
decorando falas, expressões
e me comovendo,
sempre pelos mesmos motivos;
sentado no mesmo sofá,
com as mesmas almofadas;
com o mesmo nada da casa
e lembranças que voltam
atormentando os meus dias
e acendendo as madrugadas
(porque não durmo).
Mas tu brilhas, e brilhas...
Eu? Vejo-te de longe.
Tu? Irritas os meus olhos,
eles ardem e eu choro.